segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

INTOLERÂNCIA A LACTOSE OU ALERGIA?

A intolerância à lactose é a incapacidade do organismo de aproveitar e digerir a lactose, ingrediente característico do leite animal ou derivados. A lactose é um dissacarídeo, ou seja, um “açúcar” constituído por duas unidades básicas: a glicose e a galactose. A intolerância à lactose é resultante da ausência ou deficiência da enzima intestinal denominada lactase. A enzima em questão é responsável pela decomposição da lactose, o que facilita a absorção desse principal “açúcar” do leite, sendo usada como fonte de energia para o organismo.
Assim, a intolerância à lactose produz alterações abdominais e na maioria das vezes, diarréia, que é mais evidente nas primeiras horas seguintes ao seu consumo Além da diarréia, a pessoa pode apresentar dor e distensão abdominal, flatulência, náuseas e vômitos. Cabe esclarecer, porém, que em muitos casos, podem ocorrer dor e distensão abdominal sem diarréia. A Intolerância à Lactose é mais comum em adultos. Mahan e Escott-Stump referiram que a Intolerância à Lactose acomete cerca de 70% da população adulta mundial.
A intolerância à lactose pode ser diagnosticada por três testes: Teste de tolerância à lactose, Teste de acidez das fezes e do ar expirado, porem o mais utilizado é o teste de tolerância à lactose onde dosa-se o nível de glicemia de jejum e seqüencialmente depois de uma carga oral de lactose. O nível da glicemia em jejum é obtido depois de administrados 50g de lactose (2g/Kg para crianças até 50g). A glicemia é dosada em 0, 30 e 60 minutos. Tem uma sensibilidade de 75% e uma especificidade de 96%. A mal-absorção da lactose é confirmada com um aumento da glicemia menor que 20 mg %.

A intolerância à lactose pode ser genética e nesse caso a pessoa já nasce sem produzir a enzima lactase, porém, em outras situações, pessoas que nunca foram intolerantes passam a ser, após gastroenterites, radioterapia ou quimioterapia, doenças inflamatórias intestinais, doença celíaca, etc. Nesses casos, a intolerância à lactose pode perdurar até o final da vida ou pode ser transitória e, ainda, pode apresentar vários graus. Geralmente a intolerância à lactose tende a piorar com a idade.

A alergia é provocada pelas proteínas presentes no leite, principalmente a globulina, que é identificada pelo sistema imunológico como um agressor, um agente estranho que precisa ser combatido. A partir da ingestão destas proteínas o sistema imunológico desencadeia uma verdadeira guerra contra os “agressores”, e esta guerra é a responsável pelos sintomas, diarréia, distensão abdominal, flatulência, lesões na pele, como urticária e coceira, sintomas respiratórios, inflamação da mucosa intestinal e até pequenos sangramentos intestinais. A alergia tende a ser pior nos primeiros anos de vida e seus sintomas podem se suavizar com o passar dos anos. Muitas vezes esta alergia é desencadeada quando o bebê menor de 6 meses recebe leite de vaca em substituição ao leite materno. O aparelho digestivo dos bebês está preparado para digerir somente o leite materno, que é um alimento de fácil digestão, contendo proteínas que não causam alergia, mas em muitas situações a mãe não pode amamentar e acaba-se utilizando leite de vaca, no lugar de fórmulas específicas para a idade da criança. Nestes casos, como o intestino ainda não amadureceu o suficiente, ele acaba permitindo de proteínas inteiras ou fragmentos maiores de proteína sejam absorvidos, e ao entrarem na corrente sangüínea, desencadeiam o processo alérgico. As alergias ao leite são mais freqüentes em crianças.

Assim, é importantíssimo ser corretamente diagnosticado, porque o tratamento é diferente!
Na intolerância à lactose o componente que precisa ser excluído, ou pelo menos ingerido em menor quantidade (dependendo do grau de intolerância) é a lactose, enquanto que na alergia deve-se excluir totalmente a proteína e mesmo frações dela, pois até mesmo alimentos “contaminados” com proteínas do leite podem desencadear o processo alérgico.


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Fonte: Barbieri, D., Palma, D. “Gastroenterologia e Nutrição”. São Paulo: Editora Atheneu, 2001.Heyman, M.B. “Lactose Intolerance in Infants, Children, and Adolescents”. Pediatrics 2006; 118. Disponível em: www.pediatrics.orgCrittenden, R.G., Bennett, L.E. “Cow’s Milk Allergy: A Complex Disorder”. Journal of the American College of Nutrition. Vol. 24, Nº 6.
http://www.semlactose.com/
Ana Paula B. Cortez; Lilian Cristiane da S. Medeiros; Patrícia da Graça L. et al.
Conhecimento de pediatras e nutricionistas sobre o tratamento da alergia ao leite de vaca no lactente. Revista Paulista de Pediatria 2007;25(2):106-13
Pereira Filho, D. Prevalência de intolerância à lactose em função da faixa etária e do sexo: experiência do Laboratório Dona Francisca, Joinville (SC). Revista Saúde e Ambiente / Health and Environment Journal, v. 5, n. 1, jun. 04

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